domingo, 8 de julho de 2007

8 de Abril de 1977

O DOIRO SUBLIMADO. O PRODÍGIO DE UMA PAISAGEM QUE DEIXA DE O SER À FORÇA DE SE DESMEDIR. NÃO É UM PANORAMA QUE OS OLHOS CONTEMPLAM:
É UM EXCESSO DE NATUREZA. SOCALCOS QUE SÃO PASSADAS DE HOMENS TITÂNICOS A SUBIR AS ENCOSTAS, VOLUMES, CORES E MODULAÇÕES QUE NENHUM ESCULTOR, PINTOR, OU MÚSICO PODEM TRADUZIR, HORIZONTES DILATADOS PARA ALÉM DOS LIMIARES PLAUSÍVEIS DA VISÃO. UM UNIVERSO VIRGINAL, COMO SE TIVESSE ACABADO DE NASCER, E JÁ ETERNO PELA HARMONIA, PELA SERENIDADE, PELO SILÊNCIO QUE NEM O RIO SE ATREVE A QUEBRAR, ORA A SUMIR-SE FURTIVO POR DETRÁS DOS MONTES, ORA PASMADO LÁ NO FUNDO A REFLECTIR O SEU PRÓPRIO ASSOMBRO.
UM POEMA GEOLÓGICO. A BELEZA ABSOLUTA
MIGUEL TORGA IN DIÁRIO XII

1 comentário:

kiko73 disse...

Como disse a minha companheira de jangada, "aqui vê-se como somos de um tamanho insignificante"...

Mas eis que os "horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão" se deixaram atravessar por 14 almas de tamanho insignificante, que à força de braçadas mais ou menos vigorosas, AGITARAM as águas descansadas de tamanho "excesso de natureza" - a "força de se desmedir" foi atravessada por uma força maior...

E pode dizer-se que se chegou ao fim de sorriso nos lábios e bronze à camionista (uns mais que outros), com um "espírito" renovado (esse gajo, o "espírito", está em todas), mas a verdade é que os braços doeram um bocadinho, não foi?

Tudo fruto da força maior...

Por isso, em jeito de conclusão, e porque só não se pode fazer shotgun à comida, acho que posso dizer:

SHOTGUN a ver um Clã que reme bem no próximo ano, com uma força ainda maior, mesmo que os braços doam um bocadinho!